HIPERTEXTO E A DIVERSIDADE TEXTUAL
A sociedade letrada atualmente tem uma gama de texto em circulação que perpassa todos os seus espaços, inclusive a instituição escolar. Ao professor cabe a tarefa de prover aos alunos todo tipo de material, livros didáticos e paradidáticos, rótulos, imagens, cartões postais, notícias, charges, histórias em quadrinhos, para que os aprendizes possam ler, compreender e discutir textos de todos os suportes e mídias.
Segundo Ribeiro (2002), os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – orientam que o material didático de língua portuguesa deve conter variedade de gêneros textuais. Esta diversidade textual deve estar representada por “textos literários ou não, verbais ou não-verbais”, com a finalidade de desenvolver um conceito amplo e flexível de texto, leitura, linguagem, leitor e aula.
A escola tem então, como tarefa, tornar os “leitores/aprendizes bons interpretadores de informação confiável, assim como deve ser feito no mundo impresso” (Ribeiro, 2002) e, esta tarefa se estende também ao mundo digital através do hipertexto, chats, emails, blogs, comunidades virtuais, listas de discussões etc.
O hipertexto apresenta-se, segundo alguns autores, como um gênero textual que contém em seu bojo diversidades de texto e que pode ser trabalhado na instituição escolar.
Machado (1996) define hipertexto como:
Não se trata mais de um texto, mas de uma imensa superposição de textos, que se pode ler na direção do paradigma, como alternativas virtuais da mesma escritura, ou na direção do sintagma, como textos que correm paralelamente ou que tangenciam em determinados pontos, permitindo optar entre prosseguir na mesma trilha ou enredar por um caminho novo.
No entanto, sob o prisma de estudos lingüísticos, Marcuschi indica que o hipertexto “não é um gênero textual nem um simples suporte de gêneros diversos, mas como um tipo de escritura. É uma forma de organização cognitiva e referencial cujos princípios constituem um conjunto de possibilidades estruturais” (apud, Komesu, 2006). Desse modo, a conceituação de hipertexto é tema de estudo de diversos teóricos, mas em comum existe em seu bojo a inferência quanto às várias possibilidades de conexões e interrelação textual.
Quanto ao caráter não linear do hipertexto podemos citar a liberdade individual do leitor que infere nas conexões - links ou nós – entre vários textos que o compõem, que podem ter interligações com imagens, músicas, filmes e que podem ou não apresentar como caráter comum, o tema e/ou problema.
Por Mary Marcon
BIBLIOGRAFIA
KOMESU, F. C. Pensar em hipertexto. Disponível em: www.ufpe.br/nehte/artigos/hipertexto.pdf Acessado em 21/04/2009.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro. 1993.
MARCUSCHI, L. A. e XAVIER, A. C. (orgs). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de comunicação de sentido. Rio de Janeiro: Lucena, 2004
RIBEIRO, Ana Elisa. Texto e hipertexto na sala de aula. In: Novas Tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Organizado por Carla Viana Coscarelli. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
SILVA, Nadiana Lima da. et al. Hipertexto em sala de aula: Um caminho para a interdisciplinaridade? Disponível em www.ufpe.br/nehte/revista/artigo12-nadiana-dayse-aline.pdf. Acessado em 22/04/2009.
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